Certa vez ouvi de um político que a maioria dos governantes tem medo de Professor, por isso tentam mantê-los subjugados.
Parece contraditório, parece clichê, mas o tempo passa e não vemos, dentro da profissão, uma perspectiva de melhora da função docente. Ao longos dos anos, ouvimos falar em projetos disso e daquilo, Novo Ensino daqui, Programa dali, mas o resultado é sempre o mesmo: professores desmotivados e uma educação que, de modo geral, não funciona.
Salientamos um caso ou outro de sucesso, uma escola que, por iniciativa de algum professor abnegado, criou um meio de alcançar bons indicadores, mas, no geral, a coisa anda mal. Diante disso, cabe a pergunta: de quem é a culpa?
A essa pergunta as respostas são variadas: a família alheia ao ensino, o aluno e seu desinteresse, o professor desmotivado... São inúmeros os responsáveis.
No entanto, ouvindo as pessoas falando sobre o serviço público e sobre a educação, percebemos que se trata de um problema muito mais amplo, uma campanha nacional encabeçada pela classe política que, amparada pela ignorância da população, passou a defender a ideia de que a culpa do rombo da previdência, da alta do petróleo, da corrupção e de tudo o que acontece de ruim nesse país está associada ao servidor público comum, cuja ampla maioria receber salário mínimo e que mal consegue sobreviver.
Dentre esses funcionários, o professor é o maior representante. A própria palavra escola está intrinsecamente ligada à ideia de ócio, de lugar onde ninguém trabalha, apenas estudam. "Ganhar para estudar?" Isso é bom demais.
Essa visão da sociedade em relação aos sujeitos do processo educativo ganha força na negligência dos governantes para com a educação brasileira. Sobrevivendo da ignomínia do povo, os políticos brasileiros, normalmente ligados a movimentos sindicais do setor privado, ao empresariado e aos ruralistas, fazem pouco caso do professor, imaginando ser esta a função exercida por pessoas que não tem talento para outras funções ou que são preguiçosos demais para "trabalhar" e que, sendo assim, estão numa atividade onde qualquer remuneração excede ao valor do seu trabalho! Afinal, qual o produto direto da prática docente?
Em resposta a essa pergunta, vou produzir um artigo apresentando dois pontos importantes a esse respeito. O primeiro explicando porque as greves de professores não funcionam, não tem nenhum efeito. O segundo apresentando, de forma genérica, alguns dos bens produzidos diretamente pela ação do professor.
Texto do Prof. Julio Neto
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